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Olá, eu sou a Ana, mãe de 2 pequenos, professora e exploradora do Método Montessori em casa e na escola. Sê bem-vind@ ao meu blog ❤️
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sábado, 17 de agosto de 2019

O Jogo dos Sons

Em Montessori, antes sequer de se introduzir as letras, trabalha-se os sons a elas associados.

Numa fase inicial, trabalha-se os sons iniciais das palavras. Antes de ter feito o curso de Alfabetização em Montessori com o Gabriel Salomão, li no livro de Linguagem Montessori na Escuela Viva algo muito simples, com que decidi trabalhar a partir do nome da criança e da sua família, pois eles sentem-se logo bastante envolvidos! Afinal, é o seu nome, o dos manos, do papá e da mamã! Foi assim que começamos por aqui:

"O teu nome é dddddd(resto do nome). Começa pelo som d!"

"O nome da mana é lllllll(resto do nome). Começa pelo som l!"

No nosso caso, ele começou logo a perguntar " E o papá? E a mamã?"

O nome do papá é pppppp(resto do nome). Começa pelo som p (e aqui ele já começou a fazer comigo).

E o nome da mamã é Aaaaaaana, começa pelo som a (neste caso usei e tenho usado o som absoluto - a aberto). Ááááááána tem o som também de ááááárvore e de ááááágua!

No entanto, após ter feito o curso do Gabriel, percebi que esta pode ser uma abordagem, mas acaba por ser como uma aula, tipo as que eu dou no 1o ciclo 😛😛😛. Ou seja, retira o protagonismo da criança na aprendizagem e esse acaba por ficar em quem ensina! Não é que o meu filho não tenha gostado, mas após aprender com o Gabriel, e 3 meses passados (escrevo esta atualização a 10/8/2020 sendo que o curso foi em maio), agora entendo porque a versão ensinada pelo Gabriel (que entretanto fui ler também no livro da Lynne Laurence, entre outras abordagens indicadas) é a que mais dá protagonismo à criança, no sentido em que é a PRÓPRIA CRIANÇA A CONSTRUIR A SUA APRENDIZAGEM (tornando-se esta mais efetiva 😉 )

Então, como se faz?

Numa caixa (que depois se poderá colocar à disposição da criança no seu ambiente preparado) coloca-se alguns objetos que comecem por sons diferentes entre si. Numa 1a fase, dependendo da criança, pode-se começar por uma apresentação com 2 objetos, aumentando conforme a facilidade que a criança revelar no exercício.

Então, pega-se num desses objetos, olha-se para o mesmo na mão e diz-se:

- "Vejo, vejo na minha mão um objeto que começa pelo som mmmm"

A criança olhará para o objeto e dirá "Maçã!".

É importante que sejam objetos que a criança já saiba nomear.

Depois deve-se realizar o mesmo com o outro objeto. Dependendo do interesse e entusiasmo (ambos os meus filhos adoraram este jogo e revelaram logo imenso entusiasmo por ele, daí a minha decisão em modificar o nosso modus operandi a meio do caminho), pode-se ir incluindo mais objetos. No nosso caso teve de ser, tal era o entusiasmo.

Com o mais velho chegamos rapidamente à 2a fase do jogo, talvez porque ele já estava habituado a trabalhar os sons da forma como fizemos antes. Nesta 2a faze, em vez de ser com objetos na mão, passa a ser com objetos no ambiente em volta. Olhamos para o objeto e dizemos o mesmo:

- "Vejo, vejo, um objeto que começa pelo som ccc"

-"Colher!"

Fazemos muito este jogo quando estamos na cozinha! 😊😊😊

Como são estes sons, como se dizem (uma coisa é ler, outra é saber como). Espreitem aqui! A Escola de Campinas fez um trabalho fantástico nestes vídeos com os vários sons (sendo que alguns poderão ser diferentes dos nossos em português de Portugal). Aqui um vídeo da Sylvie D'Esclaibes que ensina como fazer: https://www.youtube.com/watch?v=MJnWUpaZoac

Então, o que acontece?

A criança vai tomando consciência dos sons. Por ela, sem ninguém "ensinar". É um jogo, é uma aprendizagem lúdica, divertida! 

Claro que a dada altura ela começará a dominar o jogo, e aí podemos ver se ela está preparada para trabalhar os sons finais. 

Quero reforçar que, em todo este processo, antes e depois, é importante ler, cantar, falar com a criança. Dos 0 aos 6 ela está no período sensível da linguagem, então tudo isto é fundamental para o seu desenvolvimento. Prosas, poesias, onomatopeias, tudo ajuda à percepção de sons e trabalho do ouvido para os mesmos.

Assim, por exemplo, as rimas das canções e dos poemas ajudam à perceção/descoberta dos sons finais, que são ensinados da mesma forma de jogo já anteriormente explicado.

A caixinha com gavetas com os objetos pode ser uma variante da 1a caixinha de objetos. Este tipo de caixas vêm-se muito em blogs de homeschool Montessori, e acredito que ajudam a despertar o interesse também pelas letras associadas aos sons dos objetos. 
Imprimi as letras já com o código de cores que vamos usar com o nosso alfabeto móvel, que segue a combinação de cores do livro "Pedagogia Científica" de Maria Montessori: vermelho para as vogais e azul para as consoantes (podem aceder ao imprimível aqui).

Friso esta questão das cores porque é ao contrário do que se vê normalmente vendido por aí. No entanto, entre os materiais franceses, encontra-se este código também, e o nosso alfabeto móvel foi comprado numa loja francesa: Nature et Decouvertes. Pessoalmente, também prefiro este código de cores :)

As gavetinhas acrescentaram a consciência de que mais palavras começam pelo mesmo som: ddddddinossauro dddddado, dddddominó.


llllleitão, lllobo, lllllibelinha

Eles vão relacionando os sons iniciais destes objetos e, quando o interesse pelas letras surge, ajuda na identificação fonema-grafema.

A introdução das letras de lixa é realizada de forma diferente por diferentes montessorianos. Enquanto Gabriel Salomão indica que só se deve apresentar as letras de lixa quando a criança já domina sons iniciais, finais e intermédios e sabe inclusive indicar a ordem de todos os sons de uma palavra, Lynne Lawrence, autora do livro "Ayude sus hijos a leer y a escribir con el método Montessori", fala também da possibilidade de ir apresentando quando a criança já domina grande parte dos sons iniciais.

Este Jogo de Sons Iniciais pode, segundo a Lynne Lawrence, iniciar-se por volta dos 2 anos e meio, 3 anos. Mas convém observar a criança, sempre. 
Claro que isto não implica que, de quando a quando, não façam uma pequena apresentação dos sons aos vossos filhos, a ver como corre. Seguindo sempre aquele princípio: gosta, alimenta-se, não gosta, nunca forçar, guarda-se para mais tarde.

E, a dada altura, eles vão querer saber/aprender. Vai haver uma altura em que eles vão achar este jogo engraçado.

E sim, houve uma altura em que eu própria duvidei se isto da consciência fonológica, letras, leitura e escrita que Maria Montessori descobriu nas crianças tão novinhas que estudou se aplicaria à minha criança também. Uma aprendizagem que fiz ao observar este processo com o meu filho e com a minha filha, mais pequena, é que devemos sempre apresentar o jogo e ver. O período sensível da linguagem, na verdade, torna este tipo de jogos de sons super divertidos para eles. Há mais jogos. Por respeito aos guias e professores de cursos de linguagem Montessori, não indicarei mais jogos aqui, mas recomendo muito, muito que façam formação com eles!

Entretanto, questionei-me muito sobre que letras de lixa apresentar: as maiúsculas de imprensa, que são as utilizadas no pré-escolar dele (e na maioria das pré-escolas portuguesas)? As minúsculas de imprensa, que são as que aparecem nos livros? As minúsculas manuscritas, que são as que Maria Montessori usou com as suas crianças e as que se usam em muitas  escolas com guias AMI?

No livro já atrás referido, "Ayude sus hijos a ler y escribir com el Método Montessori" ajudou-me a decidir: vamos fazer como Maria Montessori fazia. Gabriel Salomão também ensinou com minúsculas manuscritas. As
razões são muitas:
  • Em Montessori, começa-se pela consciência fonológica, mas de seguida a criança aprende a escrever 1º, e não a ler. E porquê? Porque assim aprende a transmitir primeiro algo que vem de dentro de si, e não ler primeiro algo que é o pensamento de outro. Já sabemos que a Pedagogia Montessori tem uma visão muito holística da criança, e aqui está mais uma razão, e é belíssima :)
  • Para as crianças será muito fácil aprender as letras maiúsculas de imprensa numa fase mais para a frente, logo não vale a pena gastar tempo com as mesmas agora.
  • Como não existe competição nem um tempo estritamente marcado para a aprendizagem das letras manuscritas, o tempo está a favor da curiosidade e vontade da criança, pelo que teremos tempo para ir aprendendo a fazer bem. A criança, no tabuleiro de areia, vai aprender a desenhar corretamente a letra, iniciando no ponto certo e criando os pontos de ligação, que ajudarão mais para a frente à ligação entre as letras na escrita da palavras. Isto evita a aprendizagem da escrita com erro como muitas vezes acontece, por exemplo, no 1.º ciclo, com a velocidade a que se tem de dar toda a matéria: há erros que passam e vícios de escrita que se formam e que são, depois, difíceis de alterar.
  • A forma de escrever em Montessori, nesta fase, não obriga a um domínio já bem definido do uso do lápis: primeiro vamos usar o tabuleiro de areia, o chão ou a terra, depois usaremos um quadro de giz. As atividades sensoriais e de Vida Prática vão também ajudar a definir a motricidade fina de modo a que, quando o movimento de pinça e a capacidade de segurar o lápis estiverem desenvolvidos, a criança facilmente adaptará a escrita ao papel.
  • A escrita manuscrita tem benefícios bem explícitos: permite expressar de forma fluída o pensamento; permite a interligação entre as letras e ajuda a criança a perceber claramente onde é a fronteira da palavra.
  • Estão confirmados pelas neurociências os benefícios para o desenvolvimento do cérebro com o uso da escrita manuscrita, por isso é que a mesma ainda é ensinada nas nossas escolas do 1o ciclo.
  • As crianças com dislexia tendem a confundir menos algumas das letras mais problemáticas: p q d b, pois as suas versões manuscritas são diferentes, e quando estas crianças contactam finalmente com as letras de imprensa já têm o processo de leitura bem construído.
  • A criança que escreve depois facilmente associa as letras de escrita às letras de leitura (sim, às de imprensa :) ).
  • Este artigo baseado em evidências científicas da importância da escrita aqui.

Voltando ao jogo dos sons, desta vez na perspetiva de Lynne Laurence, nos entretantos da apresentação das letras de lixa, podemos começar então a dar atenção aos sons finais das palavras.

Aí podemos introduzir as rimas e objetos que rimam entre si para associar. Mais uma vez, os objetos ajudam ao jogo, mas não são essenciais. Este tipo de jogos podem-se fazer inclusive em viagens de carro longas como brincadeira.

Por fim, e após este trabalho, passa-se a discriminar os sons intermédios.

Deixo-vos aqui uma tabela que ajuda a perceber este processo, do livro que já referi.


Mas em casa é tendencialmente um processo mais lento que uma escola Montessori. Ou porque não temos tanto tempo, ou porque falta o exemplo de outras crianças para estimular a curiosidade e partilhar conquistas e aprendizagens!
Não se assustem se as coisas não correm nas idades referidas na tabela. Definitivamente, só o facto de tentarem é mt bom, será uma grande ajuda ao desenvolvimento das vossas crianças :)

Entretanto, a escola Galicia Montessori partilhou este vídeo, e realmente dá para para perceber que este processo tem a ver com cada escola, cada guia, cada pessoa. Espreitem :)

sábado, 8 de junho de 2019

Dinossauros (e finalmente uma solução para os dois)


Andava às voltas a dar em meio doida com o facto de que, desde que a mana finalmente começou a andar (e depois foi um saltinho até correr, trepar, e por consequência mexer em tudo e criar o caos).

Até que finalmente arranjei tempo para adaptar o quarto dele, e as mudanças fizeram-se rapidamente notar. Desde então, ele sabe que tem as suas atividades e as suas coisas protegidas dos deditos curiosos e destruidores da mana pequenina!








Na sala ficaram as coisas de ambos e as coisas dela. Por uma pechincha encontrei aquela estante numa loja de produtos em 2ª mão, e foi uma excelente ideia. Assim, nas prateleiras de baixo, ela encontra apenas os seus materiais e brinquedos, ficando a de cima de tudo reservada para o irmão.




Hoje deixo-vos as atividades preparadas sobre Dinossauros, uma grande paixão do garoto!

O dinossauro foi pintado por ele e pela mana. Foi uma excelente forma de motivar o seu interesse e  envolvimento nestas atividades, algo a que ele já estava desacostumado devido às interferências constantes da mana. Gosto quando eles fazem coisas em conjunto, mas realmente, por alguma razão Maria Montessori dividiu os ambientes da Casa das Crianças do 0-3 anos e 3-6 anos: nota-se bem as diferenças entre ambos!






O objetivo é claro: associar quantidade de molas ao número.


Entretanto, uma brincadeira de que ele já tinha muitas saudades: associar figuras a cartões! Desta vez trabalhamos com mais intensidade o nome destes principais dinossauros, e a curiosidade dele pelos mesmos é muito superior à revelada em atividades anteriores :)



Ele gostou de perceber que o estegossauro era parecido com o seu feito hoje :)



Ele tem andado numa fase super forte de recorte com a tesoura, tanto que até cabelo já cortou. Uma forma de os redirecionar para algo mais "construtivo" quando estes períodos super intensos surgem (e que não devem ser proibidos, antes alimentados, mas direcionados para algo mais adequado) é levá-lo a recortar coisas bonitas, que lhe chamem a atenção. Tendo já encontrado atividades de recorte semelhantes no blog "Living Montessori Now", decidi criar para ele estas tirinhas para recortar!

Já agora, para miúdos mais velhos e no mesmo tema, o blog "Every star is diferente" tem estes materiais espetaculares e super completos: Dinossauros


Correu super bem! :) O moço ficou ali até ao fim, imerso naquele estado de concentração que já quase não me lembrava de o ver!





E para terminar o Ciclo, fizemos uma colagem:


O engraçado foi o facto da mana já não se ter contido mais e veio tentar fazer igual. Mas rapidamente mudou o foco para o seu grande interesse do momento: enroscar tampas! Tenho de me lembrar de lhe colocar uma atividade dessas na estante em breve!





No final, estes materiais e brinquedos voltaram para o quarto. Desta forma, conseguimos evitar finalmente stresses entre eles ou porque ela pega num brinquedo dele, ou porque destruía algum trabalho…

Está a correr muito melhor! Estamos contentes :)

Até breve!


domingo, 2 de dezembro de 2018

Casa nova... Novas Descobertas! (e Montessori sempre presente :) )

O meu filho tem 3 anos, mas já vai na sua 4ª casa. 
A vantagem de mudar tantas vezes é esta: aprende-se sobre um novo ambiente, uma nova adaptação, novas realidades. Em casa pouco temos feito, apenas nos estamos a acostumar a esta nova vida. 
Mas do que temos mesmo gostado é de passear (podem ver o que Maria Montessori pensava disso aqui) :)





Em casa, voltamos a tentar manter o ambiente simples, embora reconheça que, com 2 filhotes, a coisa complica!!!! 

Então, a solução vem em colocar em baixo, na estante, coisas para a pequenina, que está com 11 meses, já gatinha e já se põe em pé. Queria colocar uma barra no espelho, como teve o irmão, mas, lá está, sinto o mesmo problema que muitas famílias: a casa é alugada... Então, tenho-lhe dado várias possibilidades de se por de pé, e ela está realmente com uma enorme necessidade de o fazer! Ou apoiando-se em nós, ou apoiando-se na cozinha de brincar do irmão, ou na estante, ou na nossa cama, em que a parte da frente tem mesmo o tamanho certo para ela... Tudo é válido, e ela tem total liberdade de andar pela casa e explorar, descobrir, levantar ... Acho lindo demais vê-la tão pequenina, mas tão exploradora e "independente" :) <3




E porque estamos outra vez em Dezembro, e muito inspirada por esta atividade em família do blog Mindful Montessori, vamos tentar seguir a mesma ideia e fazer uma atividade em família por dia! :) Há valor mais bonito que este a ensinar no Natal? 

Em Montessori nào se alimenta a fantasia, como sabem, a criança pequena necessita de conhecer a realidade em que se insere, e o mundo real é muito mais estimulante da imaginação que mil histórias de fantasia imaginadas por outros. Então, nós aqui queremos passar a ideia da importância do Natal para a família, os encontros, a generosidade natural do ser humano. 

O avô fez anos, e nós fizemos estas bolachinhas para comemorar. Embora ele não esteja perto de nós (está a 450km), nós fazemos muitas coisas a pensar neles e na restante família (avó, tios, primos..) 



A dada altura, enquanto estávamos a meio da receita, a mana exigiu mamar! Mas isso não é obstáculo para uma criança Montessori. Maravilhosa, a forma como ele tomou a rédea dos passos seguintes e continuou a fazer as bolachinhas. 






Delicioso ver toda a evolução do ano passado, em que ainda precisava de ajuda para todo este processo :)

Entretanto, tenho também de dar algum mérito ao Jardim de Infância para onde entrou, que embora não Montessori, tem uma educadora fantástica, que acredita no trabalho totalmente realizado pelas crianças, que alimenta muito o contacto com a realidade, a natureza, e é também uma pessoa fantástica! 

Tal como ela indica, a sua base é Piaget, e Piaget foi discípulo de Montessori e nas suas investigações sobre a criança, também observou as crianças montessori. Piaget foi ainda um dos presidentes da Associação Montessori Suíça! 

Dá que pensar, não dá? Porque foi Piaget mais valorizado nos seus estudos da criança que Maria Montessori? 

Para mim a resposta é fácil: sendo que fez as suas observações e estudos em meados do século XX, teve maior reconhecimento pela comunidade científica por ser homem. Além disso, ele fez experiências com as crianças, algo que Maria Montessori considerava anti-ético. Curioso, hein? De qualquer forma, essas experiências não foram negativas para as crianças, e levou a que as suas ideias chegassem a mais educadores e professores, e hoje somos gratos por isso. Só fico com pena que não se tivesse ouvido mais cedo Maria Montessori, talvez assim a criança tivesse sido ouvida e respeitada mais cedo também...

Bem, e lá divaguei eu mais um pouco :) Gosto de pensar e tirar ilações de tudo o que tenho aprendido sobre Montessori nos últimos anos, acho que a mesma foi uma pessoa fascinante e quanto mais avanço neste conhecimento, mais me apercebi que tantos investigadores e livros li antes de a ler a ela, e no fundo todos concluem aquilo que ela foi a 1a a concluir: 
  • A criança aprende por imitação, pois possuímos neurónios espelho que, nos primeiros anos, absorvem o mundo e as pessoas tal como elas se apresentam;
  • A criança tem voz e tem uma força interior enorme que pode mudar a Humanidade - a criança tem uma bondade infinita, não faz distinção entre cor, religião, bandeira;
  • A criança aprende praticamente sozinha se tiver um ambiente adequado às suas necessidades e um adulto preparado que oriente esse ambiente;
  • A liberdade é motor da descoberta, exploração, investigação: a criança é um investigador científico nato;
  • Liberdade implica limites conscientes de si e dos outros, logo implica responsabilidade - a criança cresce aprendendo a respeitar-se a si e aos outros;
  • A Vida Prática é uma forma super positiva de aprendizagem indirecta: além da criança aprender a tornar-se um adulto autónomo, a mesma ajuda indirectamente à aprendizagem da leitura, escrita, matemática, ciências... Em casa, a Vida Prática ajudará muito para que a criança venha a ter sucesso na escola e na vida, e provavelmente bate qualquer brinquedo educativo que a gente compre ;)
Pronto, por hoje é isto :)

Um abraço,
Ana 


domingo, 21 de outubro de 2018

Rãs :)

Viver no campo tem destes encontros :)






Então, claro que vamos aproveitar e saber mais sobre estes bichinhos :) Curiosamente, coincidência ou não, tinha encomendado esta semana este livro sobre o sapo da coleção Mês Premieres Decouvertes (da qual somos absolutamente fãs, absolutamente rendidos! Tem todos os temas que possam apaixonar crianças destas idades, imagens maravilhosas e todos cá em casa aprendemos com eles! :) Eu incluída!!! :) <3 Isto veio em seguimento do tema dos ovos da última estante aqui!


Entretanto, também mudamos de casa. Pois é!!! Vida de professora é isto: criança de 3 anos, desde que nasceu, já vai na 4a casa . Esperemos que desta vez fiquemos mais tempo :p 

E para não mexer muito mais com hábitos e rotinas, tentamos manter tudo ao mesmo estilo que dantes, assim como alguns dos temas:


E aqui está ele a explorar e a fazer imenso jogo simbólico com elas! :) 
Com aquele cartaz cheio de bonequinhos, que vinha no kit de trabalhos manuais de outono do LIDL (do qual fiquei fã, porque traz instruções de como fazer - aquele origami ali em cima é de lá ;) ). usamos para fazer um I SPY de já alguns sons iniciais de Consciência Fonológica! Ele ainda está a começar a interessar-se por isso, mas com estes bonequinhos tem sido muito giro :)
Então, e como se faz esse jogo do I SPY, tão tradicional em Montessori?

Joguem comigo também :)

Então, eu vejo, eu vejo um animal que começa pelo som rrrrrrr....

"RAPOSA!"
Boa, é mesmo a rrrrrrrraposa!!! :)

E se ele se engana? Não faz mal, e não o corrijo. Em Montessori não se corrige nunca. O erro é um aliado da aprendizagem. Neste caso específico, eu, adulto preparado, fico logo com a ideia de que, logo que possa e ele demonstre interesse, poderei voltar a fazer o jogo de associação de objetos a sons (letras iniciais). Ou posso até dizer, depois de um:

Eu vejo, eu vejo uma planta que começar peço som áááááá!!!

"ÀRVORE!"
Isso, árvore, que está mesmo aqui em cima da rrrrrrraposa! ;) 

Perceberam como podemos dar a volta sem danificar a auto-estima e auto-confiança da criança? Claro que isto, nem sempre, nem nunca ;) Porque eles começam a aperceber-se mais tarde, lol :) Mas nestas idades pode ser assim, de vez em quando ;)



Vamos ver como corre a semana! Continuamos também com o tema do outono, tema transversal e sempre presente (como podem ver na estante :) Agora só nos falta enfiarmo-nos numa floresta mesmo, para trazer mais folhas e pinhas e outros tesouros, e irmos à procura de pegadas! Já temos um kit pronto para tal :) 



Entretanto, fomos fazendo esta atividade com folhas e aguarelas. Que lindo efeito :)



Um abraço :)
Ana


<3 <3 <3

sábado, 29 de setembro de 2018

Ovos #3


Já é sabido que o moço, cá em casa, sempre teve fascínio por ovos. Este post fala um pouco sobre como começou, mas acima de tudo, na verdade, tudo começou com as galinhas do nosso vizinho. Nós damos os nossos restos a elas, e inevitavelmente o pequeno apercebeu-se das fases diferentes das vidas delas, sendo que a mais marcante é sem dúvida, na Primavera, o choco dos ovos.

Bem, depois de passarmos semanas inteiras a comer ovos cozidos e fritos e omoletas e bolos e mais uma ou outra receita com ovos (tudo feito por e com ele), achei por bem não alimentar muito mais esta (doce) tara por ovos, e aos poucos ela foi regredindo/alternando para outros interesses. No entanto, volta e meia (no aniversário) lá lhe comprei uns livrinhos sobre ovos e realmente constatei que o moço gosta de ovos, pronto! Lol!

Conclusão: quando a Flying Teapot abriu e nos mostrou estas belezas de animais e outros que tais da Papo e Schleich, conclui que ia ter de alimentar mais esta paixão por ovos, desta vez com estes ninhos de avestruz e crocodilo da Schleich e este pinguim e cegonha com crias :) Voltei a ir buscar outros livros e jogos que ele já conheceu antes, fui buscar ainda o ciclo de vida do sapo da Safari Ltd e, plim, lá veio de novo o enooooorme fascínio! É incrível como ele achas aves e insetos e ovos algo absolutamente fascinante!

Ah, algo fascinante destes ninhos é que os ovos abrem e pode-se colocar e tirar a cria deles e fechá-los, reproduzindo as vezes que quisermos o nascimento deles. Escusado dizer que isso tem sido uma das grandes delícias do moço! Que forma mais gira de brincar e aprender <3 <3 <3




Lá quis ver de novo o livro Whose egg?, e desta vez acompanhamos com miniaturas <3


Aproveitamos e fizemos umas contagens: introduzi o conceito de número ordinal, dizendo de acordo com o seu lugar de aparência no livro e na fila.


Aqui são os puzzles de insetos, ave e batráquio, que são acompanhados pelos respectivos ciclos de vida e cartões para associar. Em tempos já andamos a explorar estes ciclos:



Hoje adicionamos os cartões de associação (que na altura ainda não tinha prontos! :P lol!)
Estas miniaturas dos ciclos são da marca Safari e quem vende é a Ana Sousa da Speech in Love.



Entretanto, a nossa mesa de ciências/fogão de brincar do IKEA estava a tornar-se uma mesa da Paz: as novas plantas, a kalimba que foi lá parar, os ímans naquelas flores de latão... Porque não passar mm a ser a nova mesa da Paz? Este livro veio dar-lhe sentido :)


Este livro não é bem Montessori, mas é muito friendly, também compramos na Flying Teapot, e é lindo demais! É uma parceria da Edicare, Amnistia Internacional e Yoko Ono, com o poema de Jonh Lennon Imagine, um verdadeiro hino à Paz Mundial! <3 Ficou na que é, por agora, uma Mesa da Paz provisória, embora estejamos a ficar fãs dela assim :P lol!




E continuamos com a Geografia, ele tem adorado associar os animais da Pochette Montessori dos Animais dos Continentes, as imagens desenhadas finalmente começam a seduzi-lo mais que fotos ;) Mas deixem-me referir mais duas preciosidades da Teapot: o livro "Bem-vindo ao nosso Mundo", que está uma delícia, e a figura do Inuit e da Mãe Índia! :) O meu filhote delirou com o facto dela levar o bebé às costas! A figura é realmente linda! Sou mt grata à Cláudia Faria da Flying Teapot por esta bela descoberta :)










Um abraço,
Ana